Mudanças na previdência:
que reforma é essa?
Cortador de cana
Servente de pedreiro
Carvoeiro
Roçador de juquira
Operário de frigorífico
Colhedor de fumo
Mineiros
Segurança particular
Gari
Profissional do sexo
Motoboy
Pescador comercial
Trabalhadora empregada doméstica
Caminhoneiro
Costureira
E, sem se esquecer, professor.
Servente de pedreiro
Carvoeiro
Roçador de juquira
Operário de frigorífico
Colhedor de fumo
Mineiros
Segurança particular
Gari
Profissional do sexo
Motoboy
Pescador comercial
Trabalhadora empregada doméstica
Caminhoneiro
Costureira
E, sem se esquecer, professor.
Seria mais honesto e corajoso se Michel
Temer falasse diretamente, olho no olho, dos trabalhadores braçais que serão os
mais afetados pela mudança e explicar que terão que suar mais a camisa em nome
da economia e da manutenção da taxa de lucro alheia.
Só não sei qual seria a reação das pessoas
que começaram a trabalhar mais cedo que a média da população, muitas vezes como
crianças, ao perceberem que terão que ceder ainda mais sua dignidade em nome de
um país que está – a bem da verdade – pouco se importando com eles.
Que só lembra de sua existência quando, no
limite, entram em greve, e nesse momento, parte desse país os chama
de vagabundos e imprestáveis, como se os empregos mal remunerados e sem
direitos que eles têm fossem um favor da sociedade e não uma mais forma dela
explorá-los.
O governo federal está tão afoito para
alterar as regras da Previdência que está ignorando o elemento mais importante
em todo esse processo: um diálogo que reúne todos os interessados – e não
apenas meia dúzia de instituições que dizem falar pelos trabalhadores do país –
para encontrar saídas. O país envelheceu, é necessário rediscutir a
Previdência. Mas não dessa forma autoritária e atabalhoada.
Por exemplo, é justo que a regra dos 65 anos
seja aplicada para as categorias acima citadas, incluindo trabalhadores que
entregam o limite de sua força física e desgastam seus corpos, reduzindo seu
tempo de vida mais do que outras categorias? Os cortadores de cana, por
exemplo, chegam a ter uma vida útil menor do que parte dos escravos no período
final da escravidão oficial do século 19 devido ao massacre a
que são impostos seus corpos, com mais de 12 toneladas cortadas diariamente.
Por que não propomos a manutenção da
aposentadoria atual para essas categorias e subimos para 75 anos a idade mínima
para parte dos economistas, advogados e, principalmente políticos?
O processo de Reforma da Previdência está em
curso sem que se discuta com a sociedade a melhor forma de adaptar a
aposentadoria a um Brasil mais velho. Muitos vão morrer antes de aproveitar seus direitos e merecido descanso.
Qual sua opinião sobre a reforma da previdência? Você
concorda com ela?
Adaptado de: O Brasil no Livro dos Recordes: a maior passada de mão na bunda da
história. Leonardo Sakamoto, postado em 14/12/2016
Adaptado de: Temer deveria explicar aos trabalhadores braçais que eles vão dançar.
Leonardo Sakamoto, postado em 24/09/2016
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Será que os moradores das periferias vão conseguir se aposentar? |